segunda-feira, 4 de abril de 2011

O ato primitivo


"Pensamos, nesse breve estudo, por grandes pensadores, muitas teorias, princípios e conceitos complexos. Mas tudo cai por terra quando um ator está vivo em cena. Quando, de alguma forma, Apolo e Dionísio dão-se as mãos, entrelaçando o ator em seu fazer teatral. Nesse momento, todas as teorias esvaziam-se ou parecem tão ínfimas e pequenas ante aquele ato que nos sentimos envergonhados por engendrá-las, pois no teatro, nesse momento vivo do ator, estamos presenciando o ato primitivo e primeiro da verdadeira criação humana. No teatro, no momento vivo do ator em cena, estamos presenciando, além do produto, o próprio ato da criação do ator, acontecendo ante nossos olhos; e a visão desse ato é tão sublime que nos revoluciona, pois a criação é, em si, revolucionária."

Ferracini, Renato. A arte de não interpretar como poesia corpórea do ator/ Renato Ferracini. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 2003. Página 248.

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