segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nosso estranho amor...



"Teu corpo combina com o meu jeito,
Nós dois somos feitos muito pra nós dois."
Caetano Veloso

Respiração



Respiração- troca com o mundo.

Klauss Vianna em colaboração com Marco Antônio de Carvalho. A dança. Pg.71

Compreensão



"O Teatro cansa-se inutilmente quando luta no terreno da ilusão contra artes cuja essência é duma outra natureza. O objetivo consiste em fazer descobrir aos alunos que a riqueza da linguagem teatral não está na intenção de fazer crer, mas na de mostrar para fazer compreender."

Jean-Pierre Ryngaert. O jogo dramático no meio escolar. Pg63.

Conversa de criança.


"Improvisar uma situação no palco, tem sua própria espécie de organização, como no jogo. Depois que um grupo de atores de seis a sete anos brincaram-de-casinha no palco, houve a seguinte discussão:

Vocês estavam brincando-de-casinha ou estavam representando uma peça?
'Éstávamos representando uma peça'.
Qual a diferença entre brincar-de-casinha no seu quintal e fazer isso aqui?
'nós temos um palco aqui'
Aqui nós estamos brincando de casinha?
'Não; aqui nós estamos fazendo uma peça'.
O que vocês têm aqui além de um palco?
'Uma platéia'.
Porque a platéia vem ver uma representação?
Eles gostam - é divertido'.
Aquilo que vocês representaram divertiu a platéia?
'Não'
Porque não?
'Não deixamos eles ouvirem nossas vozes nem tornamos a peça mais interessante pra eles'.
O que podiam fazer para a representação ser mais interessante?
'Podíamos ficar emburrados, ou todos iríamos ver a T.V. ao mesmo tempo - qualquer coisa assim.'
Eu gostaria de perguntar novamente: vocês agora estavam brincando-de-casinha ou representando uma peça?
'Estávamos brincando-de-casinha'.
Vocês acham que podem voltar ao palco e, em lugar de 'brincar-de-casinha', como no seu quintal, fazer uma peça sobre uma família numa casa e mostrar-nos Onde vocês estão, Quem vocês são e O quê estão fazendo ali?
'Sim'.

A cena foi feita novamente, retendo toda a graça da primeira execução, a par de um esforço verdadeiro dos atores para torná-la 'mais interessante para a platéia'. A espontaneidade da brincadeira de fundo de quintal manteve-se, acrescida da realidade em transmitir sua experiência à platéia.

A crinaça também pode aprender a não fazer-de-conta, mas 'tornar real'. Pode aprender a mágica teatral de 'tirar um coelho da cartola'.
Perguntou-se a um grupo de oito a onze anos porque precisavam tornar as coisas reais para a platéia e não faz-de-conta.
'Se você faz-de-conta, não é verdadeiro, e a platéia não pode ver."

Viola Spolin. Improvisação para o Teatro, pg 254 e 255.